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Asma, rinite e conjuntivite

São doenças que acometem superfícies ligadas entre si e, por esta razão, abordadas conjuntamente.  Além disto partilham mecanismos em comum e tratamento de uma pode influenciar nos sintomas da outra.

O sufixo "-ite" denomina inflamação. Asma é uma forma de bronquite, contudo nem toda bronquite é asma. O termo bronquite pode designar várias outras formas de inflamação dos brônquios e por isso não deve ser usado como sinônimo de asma.

A rinite é, individualmente, o maior fator de risco para desenvolver asma, seja a rinite alérgica ou não. Há estudos mostrando que mesmo pacientes sem sintomas de vias aéreas inferiores (chiado no peito, falta de ar, tosse...) podem ter uma leve inflamação nos brônquios, e que esta inflamação fica mais forte quando se estimula o nariz do paciente.

A rinite pode influenciar muito negativamente na qualidade de vida. Usando questionários validados em pesquisa foi verificado que uma rinite grave pode ser mais incômoda que uma asma leve ou moderada, ou mesmo que uma doença cardíaca leve.

Mecanismos:

Para que haja Alergia é necessária a sensibilização específica. Isto quer dizer que a pessoa desenvolveu anticorpos contra uma proteína e que estes anticorpos são de um tipo específico (Imunoglobulina E - IgE) ou desenvolveu algum
outro tipo de imunidade específica (por exemplo: celular). Em pessoas não alérgicas outros tipos de anticorpos (IgA, IgG4...) deverão se desenvolver para evitar os sintomas de Alergia.
Havendo anticorpos do tipo IgE para uma determinada proteína (de ácaro, de cão, de gato...) o contato da pessoa com esta proteína irá ativar uma célula chamada mastócito. Uma vez ativado pela ligação das IgEs com as proteínas (as proteínas que causam alergia são chamadas "Alérgenos"), o mastócito libera várias substâncias que geram os sintomas de coceira, lacrimejamento, vermelhidão, espirros, coriza ("corrimento nasal"), falta de ar e sibilância/chieira. Além disto o mastócito vai atrair vários outros tipos de células ao local onde está, para defender o corpo daquilo que parece uma agressão.
O processo de desgranulação do mastócito (quando ele é ativado pelo alérgeno + IgE) é bastante rápido, por isso se diz que esta é uma "Hipersensibilidade Imediata". Em questão de minutos após a exposição ao alérgeno o paciente está espirrando.

Tratamento:

Entre as substâncias liberadas pelo mastócito está a histamina. Várias das medicações usadas para combater os sintomas bloqueiam os efeitos da histamina, denominados anti-histamínicos. São exemplos a dexclorfeniramina, a loratadina, a desloratadina, a cetirizina, a levocetirizina, a fexofenadina, a ebastina, o hidroxizine, a ematadina e outros. Por bloquearem apenas e histamina estas medicações têm efeito limitado na inflamação e devem ser usadas quando os sintomas são apenas ocasionais, ou quando há necessidade, apesar do uso de outras medicações. São, em geral, medicações de alívio.

Como são doenças inflamatórias, o principal tratamento são medicações que combatam a inflamação. Corticóides, antagonistas de leucotrienos, cromonas e anticorpos monoclonais anti-IgE são as principais medicações disponíveis.

Muitas vezes a inflamação não têm origem apenas na alergia, mas na maioria dos casos o contato com as substâncias as quais o paciente é sensibilizado provoca sintomas. Nos casos onde há extrato de alérgeno adequado a Imunoterapia para alérgeno ("Vacina") pode ser indicada. A avaliação deverá ser criteriosa para que a resposta ao tratamento seja satisfatória.

Obs: Consulte seu médico de confiança para avaliar o tratamento indicado para seu caso.